quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Vida dificil

Vida difícil esta de uma mãe de gémeos. Aliás, de qualquer mãe que tenha 2 ou mais pirralhos doentes. Porque quando é só um também é chato para caraças mas sempre vai dando para intercalar dormidas com o pai e com a mãe e assim, pelo menos dia sim dia não um dos pais consegue dormir alguma coisa de jeito. Com dois ou mais não é bem assim. Mesmo com um pai fantástico que acorde todas as noites tal como a mãe, que ceda o seu lugar na cama a um dos pirralhas enquanto a mãe fica com outro, que trate de um enquanto a mãe trata de outro a meio da noite, as noites essas podem ser intermináveis acabando na maioria das vezes com pai e mãe feitos zombies pela casa durante a noite e depois durante o dia. Trabalhar então, no dia seguinte com algum rendimento é uma missão impossível. Por mais que gostemos do que fazemos os nossos olhos precisam de palitos para se concentrarem a frente do computador. Esta noite foi pior ainda. O pai deve ter tomado uns drunfos para dormir pois a casa podia ter ido abaixo que ele não acordava. As 2 da manhã o D dá-lhe um ataque de tosse daqueles valentes (desde domingo que anda assim, a tossir de 30 em 30 segundos). Levanto-me meio estremunhada, pois tinha acabado de fechar os olhos e vou ver o que se passa. dou água, ponho soro, assoa-se e a tosse continua, a um ritmo impressionante. Faço-lhe umas massagens no peito com mustela (ontem tinha dado resultado) e sento-me na cama dele embalando-o para ver se conseguia adormecer e assim acabar com a maldita tosse. Nisto, o T acorda também. Quer-se assoar. toca de pôr soro e assoar. Quer água. Toca de beber água. Volta-se a deitar e volto-me a sentar na cabeceira do D a apelar a que a tosse alivie. 3 da manhã. Desisto. Dou-lhe um beijinho e digo-lhe que me vou deitar um bocadinho. D diz que sim, que posso ir. Deito-me e a tosse no quarto ao lado continua, frenética e mais ativa que nunca. Começa a dar-me o nervoso miudinho, viro-me na cama, para um lado e para o outro. Levanto-me. 5 da manhã. Devo ter dormido alguma coisa penso eu. Mas a tosse lá dentro continua, tal como a tinha deixado. Vou procurar o mel, supostamente na dispensa. Não encontro. Começa a dar-me umas cenas na espinha e umas vontades arrebatadores de espetar tudo no meio do chão. Controlo-me. Volto para o quarto deles. Dou água ao D. Ponho soro. Assoa-se. Dou-lhe o xarope da tosse. Sento-me. Pede-me colo. Vai para o meu colo e enrola-se em mim como quando era bebé. Não fosse serem quase 6 da manhã e estar a tossir como um louco seria um momento de pura ternura. Embalo-o. Nem sei quanto tempo. Pede-me para se voltar a deitar e... finalmente, como que por pura magia, a tosse para. Volto para a cama. O pai tinha ocupado o meu lugar. Empurro-o com as poucas forças que me restam. Surpreendentemente continuou a dormir como se tivesse sido a noite mais tranquila de todas. Aprecio o silencio. Adormeço. “Mamã!!!!!!!” Olho para o relógio. São 7:30 da manhã. Era o T. Acordou. Quer assoar-se. Assoa-se e quando vai para se voltar a deitar digo-lhe:
 Vá levanta-te agora e vai para cama do pai que eu quero dormir.
 Mas eu quero dormir aqui na minha cama.
 Não. Vais dormir com o papá agora que daqui a pouco queres acordar e eu QUERO DORMIR.
Aceita. Levo-o para a nossa cama e nessa altura... O pai acorda.
Que é que se passa aqui?
O que se passa é que eu QUERO DORMIR.
Vou para o quarto dos miúdos, deito-me na cama do T e rezo. Rezo para poder dormir 2 horinhas pelo menos. Consegui. As 9:30 acordou o D e acabou-se o descanso. Ufa..... detesto doenças, detesto tosses!

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