sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Filhos nas redes sociais - até onde devemos controlar?



Ontem uma amiga minha esteve a conversar comigo sobre o que se tinha passado numa reunião da escola do miúdo mais novo dela, com 11 anos. Ora parece que um pai descobriu que a filha andava a trocar mensagens um tanto ou quanto eróticas com um determinado rapaz ligeiramente mais velho, com cerca de 14 ou 15 anos. O pai ficou obviamente escandalizado e, pensou de imediato que a filha podia estar a ser vitima de um qualquer pedófilo. Toca de imprimir a foto do miúdo e de todos os que eram “amigos” dele no facebook para tomarem atenção a ele, distribuindo pelos restantes pais. 

A minha amiga ficou de boca aberta com a atitude do pai e se no inicio até me pareceu bem o que ele fez, quando ela começou a justificar porque não concordava, tudo isto fez-me pensar. Porque se por um lado imagino o choque que o pai teve em ver a conversa da filha no histórico do facebook, também acho que devia pensar que do outro lado podia estar mesmo apenas um miúdo de 14 anos, que inocentemente ou não, tal como a sua filha, trocava e fazia pedidos de cariz erótico. Todos sabemos que hoje em dia os miúdos são muito mais precoces nestas coisas. Se eu alguma vez com 11 anos pensava sequer em sexo. O mais que podia acontecer e ainda assim era raríssimo era um beijo na boca num jogo do bate pé. Até onde devemos nós interferir ao verificarmos uma situação destas com os nossos filhos? Acho sinceramente muito bem que os pais controlem as mensagens e contas do facebook dos filhos mas também acho e acho principalmente isto, que os pais devem dar as bases aos filhos para que estes saibam quais são os seus limites. Porque se os filhos não souberem quais são os seus limites, por mais controle que os pais tenham sobre as suas mensagens, o mais natural é eles fugirem ao seu controlo. 

Não parece muito mais fácil, sentarmo-nos com os nossos filhos e estabelecermos limites? Confiarmos e pedirmos para serem merecedores da nossa confiança? E num caso destes? Antes de acusar quem quer que fosse e causar pânico muito provavelmente por causa de um episódio de pré adolescentes, não devia ter investigado com a sua filha, quem era o rapaz? E se era mesmo um rapaz ou alguém a fazer-se passar por um rapaz! Tudo isto me pareceu um tanto ou quanto naife da parte do pai. Até mesmo um atentado à liberdade do individuo pois acusou provavelmente um miúdo inocente de um ato desprezível. Não estou com isto a dizer que não condeno a troca de mensagens dos dois miúdos. Se eu tivesse uma filha e visse estas mensagens e mesmo vendo que ela não lhe correspondia, tinha certamente um tete a tete com ela porque para mim tinha ultrapassado todos os limites por mim estabelecidos. Porque para mim, não basta dizer NÃO! No momento em que o miúdo passou o limite com ela, cortava de imediato qualquer tipo de relacionamento que pudesse ter com ele. Se ela não fizesse isso, estaria a trair a minha confiança. E não se pense que com rapazes estamos mais à vontade. É verdade que não penso tanto nestas coisas como pensaria se tivesse tido meninas. De qualquer maneira é muito importante que os meus filhos também saibam até onde é que podem ir. Podem apanhar um pai do outro lado que não gosta da brincadeira e os considere pedófilos, mesmo ainda sendo de tenra idade. Mas mais importante, não quero de todo ver os meus filhos envolvidos em brincadeiras destas tão precocemente. Há um tempo para tudo. E todo o cuidado é pouco nos dias que correm.

Deixo aqui um site muito esclarecedor acerca da utilização dos miudos da net. Espero que vos seja útil.
 http://www.miudossegurosna.net/

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