Eu adoro fotografar. Sempre gostei desde miuda.
Era eu que andava sempre de máquina na mão. E ainda ando. Sou sempre eu que me
lembro de fotografar aqueles momentos e dar aqueles cliques. Também gosto de
ser fotografada admito mas é tão raro ser outra pessoa a pegar na máquina
fotográfica que se contam pelos dedos das mãos as fotos em que eu apareço. E na
maioria das vezes, as fotos em que apareço sou eu própria que tiro.
Há dois anos, quando meti na cabeça que queria
mudar pensei nas coisas que gostava de fazer e onde poderia ter algum sucesso.
A fotografia, a par da escrita estava no topo da lista. O livro estava escrito
na altura e só à espera de editora, que finalmente apareceu em Julho do ano
passado mas, infelizmente para ser ter sucesso na escrita e poder-se viver da
escrita não basta publicar um livro e principalmente quando esse livro é acerca
de um tema tão particular. Portanto, se eu quisesse mudar de vida não seria
apenas com a escrita. Investi na fotografia. Comprei uma Canon 500D, investiguei
as lentes que melhor se adaptavam aquilo que gostava de fotografar, li livros,
entrei em fóruns, estudei o melhor que pude acerca da arte de fotografar que é
muito mais complexa do que poderia imaginar. Tentei criar um portfólio e ainda
consegui alguns trabalhos nessa área. Quis especializar-me na arte de
fotografar famílias, crianças e bebés. As minhas fotografias, apesar de me
dizerem que eram boas e de uma maneira geral gostarem do trabalho final, admito
que podiam ser melhores. Cada vez que estudamos mais, temos mais consciência
dos nossos defeitos, não é? Percebi que para melhorar a minha qualidade teria
mesmo de aprofundar os meus estudos na fotografia. Mas, as coisas não correram
muito bem. Mais uma vez, o apoio e colaboração da família é fundamental pois
quando temos uma família, os nossos atos têm consequências na nossa vida
familiar e a minha família achou que eu estava a prejudicar o tempo dedicado a
eles para dedicar às famílias dos outros. Foi com uma grande tristeza que
abandonei o meu projeto fotográfico que adorava e onde sentia que era o meu
mundo. A família está primeiro. Sempre primeiro.
Abandonei, mas não esqueci. Porque a fotografia
continua a estar no topo das coisas que me fazem feliz e das quais eu poderia
fazer a minha vida. Mas é uma batalha difícil. É difícil porque quando
reemergir como fotógrafa quero reemergir com muito mais qualidade e até
abrangendo a área corporate que me poderá dar o impulso que desejo e isso
implica fazer um curso, que já sei exatamente qual é e como fazer, sem
prejudicar a minha vida familiar, mas infelizmente não tenho possibilidades
financeiras para avançar neste momento. Tenho saudades de fotografar. Tenho
saudades de dar cliques. Tenho saudades de aprender.
A fotografia e a escrita estão lado a lado neste
meu mundo que me faz feliz. É aqui que me sinto como peixe na água. É aqui que
está o meu clique. Porque é que é tão difícil conseguirmos concretizar os
nossos sonhos? Principalmente quando sabemos tão bem o que queremos?
Estás enganada. Sempre que publicas, eu venho espreitar. Estou sempre aqui, contrariamente a ti. ;)
ResponderEliminarBeijinhos