Eu sou uma pessoa fraca. Sou fraquinha. Dizer que
sou uma flor de estufa é muito. O que eu sou é mesmo uma flor num copo de água
com duração limitada e que se não lhe mudam a água todos os dias e colocam um
pouco de açúcar na flor, em menos de nada as minhas pétalas começam a cair, uma
por uma. Assim tem sido a minha vida e mesmo correndo o risco de estar a falar
de um cenário negro é assim como me sinto, como uma flor abandonada num copo de
água que sobrevive à conta de colheradas de açúcar que lhe vão dando. Às vezes,
temo por mim. Temo pela minha fraca resistência a tudo quanto de bicho e
bactéria existe cá fora. É duro viver assim. E não há muita gente que me
compreenda pois apesar de viver assim, vivo com um sorriso nos lábios e finjo
que tenho mais força do que na realidade o meu corpo me permite ter. Raramente
me queixo e quando o faço, desvalorizo a minha situação. Porque na verdade e no
fundo, mesmo apesar deste meu sentimento, sei que há muita gente um milhão de
vezes piores que eu. Costumo dizer que de toda a merda que apanho, apesar de
serem coisas chatas, não são coisas que não se curem com mais ou menos químicos.
O mesmo não pode dizer muito boa gente. Mas bolas que esta merda chateia.
Chateia. E o que me chateia ainda mais é que quase sempre que estou doente, os
meus miúdos adoecem também. Chamem-lhe genes. Eu chamo azar do caraças. Podiam
ter saído ao pai que é forte como um touro. Mas não. Saíram á florzinha de vazo
da mãe. Caraças. Apetece-me dizer uma asneira maior.
Em Dezembro deu esta reportagem na Sic.
Foi uma reportagem extraordinária e que me deixou de boca aberta. Já tinha
ouvido falar dos benefícios da medicina alternativa mas não estava
completamente convencida de que era verdade. Foi quando vi na reportagem, uma
pessoa que quase que ia jurar que conhecia. Como não o vejo todos os dias, a
coisa foi passando, apesar da reportagem me ter ficado a matutar na ideia. Hoje
vi-o. E estava precisamente a falar da dita reportagem que há uns dias voltou a
passar. Confrontei-o e ele confirmou que era ele e a filha, que anda no
homeopata desde os 2 anos e tem agora 5 anos. Eu, que ando novamente a passar
uma fase do caraças, quando ainda nem fez 1 mês completo que deixei de tomar
antibiótico, sendo que o ultimo andei a tomá-lo 3 semanas, fiquei de boca
aberta. Será? Será que eu ando aqui a entupir-me em químicos atrás de químicos
há anos, a arrastar os meus filhos para esta vida, quando a resposta está num
homeopata?
Não sei. Mas vou descobrir. E depois logo vos
digo se é Homeopatia ou quimicos para toda a vida.
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